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Curadoria por Luciano Sathler. CLIQUE NOS TÍTULOS. Informação que abre caminhos para a inovação educacional.
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O belo, o bom e o básico no Ensino Superior brasileiro em 2024

O belo, o bom e o básico no Ensino Superior brasileiro em 2024 | Inovação Educacional | Scoop.it

Por Luciano Sathler.

Muitas lideranças à frente de Instituições de Ensino Superior (IES) estão com dúvidas sobre o que fazer para enfrentar o cenário, que foi profundamente alterado nos últimos anos e, ao que tudo indica, terá sua transformação acelerada daqui para frente.

Muitos já desistiram. De 2018 a agosto de 2023, houve o descredenciamento voluntário de 245 Instituições de Ensino Superior (IES) e outros 79 processos desse tipo estavam em andamento junto ao MEC. 

Ao mesmo tempo, 700 novos pedidos de credenciamento institucional foram protocolados junto ao MEC, sendo 478 destes focados em Educação a Distância. Esses dados eu obtive junto ao Ministério da Educação, após uma consulta com base na Lei da Transparência. 

A julgar pelas notícias das novas IES que já conseguiram se credenciar, há um novo modelo nascente, com pouco ou nenhum capital imobilizado em imóveis, modelos pedagógicos inovadores e atuação em nichos, tais como negócios, tecnologia, agro ou economia criativa, por exemplo.

O BÁSICO 

Para quem quiser permanecer no segmento é urgente alcançar a máxima eficiência nas atividades-meio, com intensificação de uso da tecnologia para melhorar a experiência dos estudantes, suas famílias, as empresas e a comunidade que se relacionam com a IES. 

Finanças, contabilidade, gestão de espaços físicos, compras, marketing, captação e financiamento dos alunos são exemplos de processos e áreas que passaram por uma ampla profissionalização, especialmente após a ascensão dos grandes grupos consolidadores. 

Claro que a sustentabilidade econômico-financeira é a base para tanto, por isso trata-se de uma busca permanente adequar-se aos melhores indicadores de gestão.

O BOM 

Diante do acirramento do cenário competitivo, as Instituições de Ensino Superior (IES) que buscam se diferenciar e serem percebidas por melhor qualidade precisarão estabelecer fortes vínculos com a comunidade na qual se inserem, especialmente com o desenvolvimento de arquiteturas curriculares que permitam maior diálogo com o mundo do trabalho. 

Realizar a extensão universitária e a pesquisa aplicada intrinsecamente relacionadas ao ensino, numa trajetória marcada por certificações intermediárias e microcertificações que ressaltem as competências desenvolvidas ao longo do curso, com foco primordial no desenvolvimento regional.

As mudanças no mundo do trabalho pedem que os discentes sejam apoiados já durante os estudos para ampliar o sucesso da sua inserção profissional, para que atuem na mesma área de sua formação, tenham uma renda mais alta do que as pessoas que concluíram apenas o Ensino Médio e a capacidade de aprender sempre para manter a sua trabalhabilidade, um conceito que é mais amplo do que a empregabilidade. 

As carteiras digitais de competências, parte do movimento dos Learning Employment Records – LER, tornam-se algo a ser individualizado, pois armazenam e compartilham comprovações de experiências, estudos e trabalhos com segurança e interoperabilidade, para que a gestão algorítmica valorize os egressos ao longo da vida. 

As IES que quiserem ter perenidade precisarão colaborar com a maior sofisticação da matriz produtiva dos locais onde estão para gerar mais oportunidades de trabalho, especialmente de caráter empreendedor, o que vai ajudar que seus diplomas sejam também mais valorizados pela sociedade. 

Todas as IES precisam ter a sua própria estratégia para a EAD e o Ensino Híbrido, mesmo que seja para assumir um posicionamento fortemente calcado no presencial. Caso seja essa a opção, é preciso ressignificar os encontros síncronos no mesmo local, para que sejam mobilizados pelas metodologias ativas. 

O melhor é estabelecer um modelo próprio de EAD, ainda que como estratégia para blindar a sua região de influência aproveitando a força da marca e a presença de um campus bem estruturado. Ao ponto do estudante ser beneficiado com tudo de melhor que uma Instituição oferece no presencial, seja qual for a modalidade que escolha.

O BELO

As plataformas de inteligência artificial (IA) geradoras de imagens, textos, áudios, vídeos, avaliações de aprendizagem e capazes de criar agentes conversacionais que interagem com as pessoas são um fenômeno de crescente adoção nas Instituições de Ensino Superior (IES). 

Torna-se cada vez mais fácil, econômico e rápido criar, remixar ou atualizar recursos didáticos digitais com a utilização de IA, com pouca ou nenhuma intervenção humana. As empresas que trabalham com a oferta de conteúdos e os docentes enfrentarão desafios diante dessa realidade, a exemplo do que já está acontecendo com os roteiristas e atores do audiovisual, jornalistas e empresas de mídia, agências de propaganda e marketing, arquitetos, engenheiros, advogados, dentre outros setores que têm a informação como sua matéria-prima principal.  

Os tutores virtuais habilitados por IA se tornarão cada vez mais presentes na vida dos estudantes e de qualquer um interessado em aprender, seja algo oferecido pelas IES ou mesmo um assistente pessoal a fazer parte do cotidiano, Inteligência Artificial embarcada nos carros, aparelhos celulares, na televisão e até em outros eletrodomésticos. 

A tradução simultânea e a sincronização labial permitirão que a internacionalização seja uma possibilidade ao alcance de quaisquer IES, independentemente do porte ou localização. Professores e pesquisadores de outros países poderão interagir com estudantes no Brasil de forma síncrona ou assíncrona, com a mesma familiaridade que as videochamadas e a troca de mensagens instantâneas são praticadas hoje por ampla parcela da população. As fronteiras físicas se dissolvem e será comum concorrer com universidades mundialmente renomadas, com o fim da barreira da linguagem. 

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Working from Home Increases Work-Home Distances | IZA - Institute of Labor Economics

This paper examines how the shift towards working from home during and after the Covid-19 pandemic shapes the way how labor market and locality choices interact. For our analysis, we combine large administrative data on employment biographies in Germany and a new working from home potential indicator based on comprehensive data on working conditions across occupations. We find that in the wake of the Covid-19 pandemic, the distance between workplace and residence has increased more strongly for workers in occupations that can be done from home: The association of working from home potential and work-home distance increased significantly since 2021 as compared to a stable pattern before. The effect is much larger for new jobs, suggesting that people match to jobs with high working from home potential that are further away than before the pandemic. Most of this effect stems from jobs in big cities, which indicates that working from home alleviates constraints by tight housing markets. We find no significant evidence that commuting patterns changed more strongly for women than for men.
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Cogna tem maior exposição às mudanças no EAD

Cogna tem maior exposição às mudanças no EAD | Inovação Educacional | Scoop.it

Entre as quatro companhias de ensino superior listadas, a Cogna é o grupo com o maior volume de alunos em cursos de pedagogia e formação de professores a distância
Do mercado total de alunos no ensino superior privado, o alunos matriculados em cursos de pedagogia e formação de professores EAD representam 8,3% e 5,1%, respectivamente.
Entre as quatro companhias de ensino superior listadas, a Cogna é o grupo com o maior volume de alunos em cursos de pedagogia e formação de professores a distância. Na líder do setor, 14,2% estão matriculados na graduação de pedagogia e 6,1% em cursos de formação de professores, segundo o Citi.
Na sequência vem a Yduqs, com 9% dos alunos inscritos nesses cursos, sendo metade em pedagogia e outra metade em formação de professores.
Na Ser, a proporção é de 4,4% (pedagogia) e 1,2% (formação de professores). Na Ânima, é 2,7% (pedagogia) e 1,3% (professores).
Na sexta-feira, o Conselho Nacional de Educação (CNE), ligado ao MEC, divulgou diretrizes para essas duas graduações indicando que 50% do conteúdo precisa ser ministrado presencialmente.
Os cursos de EAD hoje representam cerca de 64% do total de alunos de pedagogia.
As instituições terão até dois anos para se adequar ao novo regulamento. O MEC ainda precisa aprovar as diretrizes do CNE.
“A proposta deve continuar alimentando a percepção iminente de possíveis mudanças na regulação do EAD, que podem ser potencialmente negativas para conter o crescimento e ou aumentar os custos no segmento”, destacam os analistas do Citi.
“Tal encaminhamento diverge do limitador de 30% sugerido pelo MEC na proposta de consulta pública para reforma do EAD divulgada em outubro de 2023, motivo pelo qual pode haver o risco de as regras não serem aprovadas”, disse Henrique Silveira, advogado e sócio do escritório Mattos Filho.

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Número de professores concursados nas redes estaduais é o menor em dez anos, aponta estudo

Número de professores concursados nas redes estaduais é o menor em dez anos, aponta estudo | Inovação Educacional | Scoop.it
“A contratação de professores temporários é um elemento importante para garantir que as redes de ensino consigam compor o seu quadro completo de docentes, assegurando que os estudantes tenham aulas de todas as disciplinas. No entanto, esse tipo de contratação deveria ser uma exceção, a ser utilizada em casos específicos previstos na legislação, mas o que vemos é que ela tem se tornado a regra nas redes estaduais de ensino. Isso está relacionado com a  baixa frequência de realização de concursos públicos para docentes, motivada por diversas questões, como a proibição de novos concursos em decorrência da pandemia, desafios fiscais nos estados e a própria preferência de alguns gestores pelo modelo de contratação mais flexível. Isso pode trazer impactos negativos para a Educação, em especial quando se observa que em muitas redes é baixa a qualidade das políticas de seleção, alocação, remuneração e formação para esses profissionais”, avalia Ivan Gontijo, gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação.
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Em debate sobre PNE no Senado, Elizabeth Guedes propõe revisão do Sinaes para que avaliação foque na qualidade da aprendizagem

Em debate sobre PNE no Senado, Elizabeth Guedes propõe revisão do Sinaes para que avaliação foque na qualidade da aprendizagem | Inovação Educacional | Scoop.it
Ela defendeu a necessidade de revisão da lei que criou o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). De acordo com Elizabeth Guedes, é necessário que os sistemas de avaliação reflitam a qualidade da aprendizagem dos alunos, não as condições de oferta dos cursos.

“É um ciclo avaliativo longo, um aparelho regulador atrasado, uma lei superada e, mais do que isso, professores que se formam sem aprender as habilidades e competências necessárias”, apontou.
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Mudanças em cursos de ensino a distância não têm efeitos negativos de longo prazo para empresas, dizem analistas 

Mudanças em cursos de ensino a distância não têm efeitos negativos de longo prazo para empresas, dizem analistas  | Inovação Educacional | Scoop.it
A regulamentação do ensino a distância (EAD) proposta pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) torna a complexidade do segmento mais alta, mas sem impactos de longo prazo, o que beneficia as empresas estabelecidas no setor de educação, diz a XP.

A nova diretriz que exige que cerca de 50% da carga horária dos cursos de licenciatura e pedagogia seja realizada presencialmente. Atualmente, as atividades presenciais obrigatórias são compostas majoritariamente por estágios e provas. A nova regra ainda depende de aprovação do Ministro da Educação.

Os analistas Rafael Barros e Raphael Elage escrevem que o CNE prevê um aumento na exigência de atividades presenciais nos cursos de pedagogia e licenciatura a distância.

“Vemos a nova exigência potencialmente aumentando os custos de até 25% da base de alunos de ensino a distância das grandes empresas, mas elas argumentam que essa mudança permitiria tíquetes mais altos”, comentam.

Apesar da alta nos custos, a corretora afirma que a complexidade adicional pode reduzir a competitividade das empresas menores e desencorajar novos entrantes, criando benefícios de longo prazo para empresas listadas.

A Yduqs e a Vitru terão mais facilidade em se adaptar as novas regras para educação à distância nos custos de licenciatura e pedagogia, avalia o Bank of America (BofA). A proposta, segundo o banco, abre espaço para que as atuais ofertas de EAD sejam adaptadas a um novo modelo, em que 50% das atividades sejam realizadas presencialmente.

Para o BofA, como a Yduqs possui uma maior sobreposição entre as suas ofertas presenciais e a EAD, ela será capaz de mitigar os efeitos trazidos por essa mudança.

Já a Vitru deve se beneficiar da sua infraestrutura maior de atividades e laboratórios presenciais.
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Escolas estaduais perderam 1/3 dos professores efetivos 

Escolas estaduais perderam 1/3 dos professores efetivos  | Inovação Educacional | Scoop.it
"A contratação de professores temporários é importante para garantir que os alunos tenham aula em todas as disciplinas, quando houver faltas ou afastamento dos concursados. Mas o que deveria ser uma exceção se tornou o mais frequente nas redes de ensino por ser mais barato para os estados", diz Ivan Gontijo, gerente de políticas educacionais do Todos Pela Educação.

Segundo a lei do Plano Nacional de Educacional, as redes de ensino deveriam ter cerca de 10% dos quadro de professores contratados de forma temporária para atuar nos casos de afastamento dos efetivos. No entanto, os dados do Censo mostram que 15 das 27 unidades da federação já trabalham mais com temporários do que concursados —em Minas Gerais, por exemplo, eles são 80% dos docentes que atuam em sala de aula.

As redes estaduais são responsáveis por 30% das matrículas da educação básica do país. No ensino médio, etapa com piores indicadores de qualidade no Brasil, elas concentram 83,6% dos estudantes.


A contratação de temporários foi uma saída encontrada pelos governos estaduais para evitar maior gasto com servidores e com previdência. "Estados com mais problemas fiscais são os que mais têm recorrido a esse tipo de contratação", diz Gontijo.

O estudo identificou que, em média, os governos têm feito um concurso público para docente a cada seis anos. Assim, eles têm mais professores efetivos se aposentando e os repõem com temporários, com os quais não precisarão lidar com a Previdência.

"Há ainda casos de gestores que preferem fazer contratos temporários por acreditar que são docentes menos suscetíveis a fazer greve e que vão se empenhar mais em apresentar bons resultados por medo de ter o contrato rescindido."
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Sistema nacional reunirá informações sobre violência escolar

Oito meses após a sanção da Lei 14.643/2023, o governo federal iniciou a regulamentação do Sistema Nacional de Acompanhamento e Combate à Violência nas Escolas (Snave) para ampliar a capacidade das ações de prevenção e resposta nos municípios, estados e Distrito Federal. A ferramenta deverá reunir informações que possam auxiliar o sistema educacional no enfrentamento ao problema.

O decreto publicado nesta quinta-feira (25), no Diário Oficial da União, reúne orientações para operacionalização dos Snave por meio dos Ministérios da Educação, dos Direitos Humanos e Cidadania e da Justiça e Segurança Pública. Entre as medidas a serem adotadas estão a criação de protocolo preventivo, identificação e monitoramento de ameaças; capacitação de profissionais de educação; elaboração de planos de resposta a emergências; e sistematização dos registro de ocorrências e das boas práticas de enfrentamento da violência nas escolas.
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Feder diz que estuda usar IA em mais atividades escolares

Feder diz que estuda usar IA em mais atividades escolares | Inovação Educacional | Scoop.it
O secretário de Educação do governo Tarcísio Freitas (Republicanos), Renato Feder, disse que estuda novas formas de usar a inteligência artificial nos processos escolares. Ele disse que a ferramenta ajuda no aprendizado.

Feder participou nesta quarta-feira (24) de palestra na Bett Brasil, feira que promove o uso de tecnologia na educação. O secretário afirmou que vai continuar "gradativamente" a inserir a inteligência artificial nas escolas. Segundo ele, a próxima etapa seria usar essas ferramentas para corrigir a lição de casa dos alunos, que hoje já precisam ser feitas em um aplicativo.

A Folha mostrou que o secretário decidiu usar o ChatGPT para produzir aulas digitais no lugar de professores curriculistas. O governo também passou a cobrar que as escolas usem ferramentas de inteligência artificial para corrigir redações e testar a leitura dos estudantes.


O secretário de Educação do governo de Tarcísio de Freitas, Renato Feder - Mathilde Missioneiro 03.jan.23/Folhapress
"A gente tem por semana aproximadamente 40 milhões de exercícios feitos pelos alunos da rede. São 3 milhões de alunos fazendo um volume de lição de casa muito grande com a ajuda da inteligência artificial. A gente agora está estudando usar a inteligência artificial para ajudar, inclusive, na correção dessas tarefas porque é um volume hercúleo. Então a inteligência está sempre ajudando nós humanos na educação", disse Feder, após a palestra.

Questionado se a decisão de usar as ferramentas de inteligência foi embasada em algum estudo que avalie o impacto delas na educação, Feder respondeu apenas que se trata de uma "tendência".

"A gente percebe que é uma tendência muito grande usar inteligência artificial para montar o material [didático]. Empresas nacionais e multinacionais e a rede privada estão usando a inteligência artificial para ajudar na configuração e preparação das aulas, dos exercícios e na correção", disse o secretário.

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Quem é Renato Feder, secretário de Educação de SP

Nascido em 1978 (45 anos), o secretário de Educação de SP, Renato Feder, é paulistano, mestre em Economia pela USP (Universidade de São Paul Mathilde Missioneiro - 2.jan.23/FolhapressMAIS


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O Ministério Público de São Paulo cobrou que Feder apresente estudos e evidências científicas que justifiquem o uso de inteligência artificial na produção de material didático. A secretaria tem até a segunda quinzena de maio para enviar essas informações.

Desde setembro do ano passado, a Promotoria tem cobrado explicações da secretaria após a adoção de uma série de tecnologias e plataformas para serem usadas nas escolas estaduais paulistas. Desde que assumiu a Secretaria de Educação, Feder, que é empresário do setor de tecnologia, tem promovido uma digitalização do ensino.

No evento desta quarta, o secretário apresentou detalhes do "fluencímetro", como foi apelidada uma ferramenta que usa a inteligência artificial para avaliar a fluência de leitura de alunos do 2º ao 5º ano do ensino fundamental.

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Com o "fluencímetro", o aluno lê um texto, e esse áudio é gravado e analisado pela inteligência artificial. De forma instantânea, o professor recebe a comparação entre o texto original e o que o aluno, de fato, leu. A leitura é classificada, então, considerando também a fluência e o tempo, entre os níveis "abaixo do básico", "básico", "adequado" e "avançado".

O professor, além desse conceito de cada aluno, recebe a comparação dos resultados de toda a turma e a evolução da criança ao longo dos testes.

A meta do governo paulista é alfabetizar 90% dos estudantes do 2º ano até 2026. Atualmente, apenas 40,62% das crianças de escolas públicas de São Paulo chegam ao final do 2º ano, alfabetizadas, segundo o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), a principal avaliação do país. Essa idade, por volta dos sete anos, é a considerada ideal para a alfabetização, e o atraso prejudica toda a trajetória escolar da criança.

Segundo Feder, no entanto, os testes de leitura com o 2º ano já feitos, antes do "fluencímetro", apontam que 64% dos alunos nessa idade já são leitores fluentes. Agora, ele diz, é preciso garantir esse patamar também para as outras séries.
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Por que o governo aperta as regras contra cursos EAD?

Por que o governo aperta as regras contra cursos EAD? | Inovação Educacional | Scoop.it

Depois do parecer sobre formação de professores, conselho quer regular todas as áreas; além das proibições, é preciso avaliar e fiscalizar a educação a distância para garantir qualidade
Depois de aprovar um parecer que inclui um limite de 50% para atividades a distância na formação de professores no País, como revelou o Estadão, o Conselho Nacional de Educação (CNE) agora vai trabalhar numa nova norma que regule cursos não presenciais em todas as áreas.
Não há equivalência no mundo com o que existe no Brasil quando se fala em educação a distância (EAD). Em 20 anos, o número de alunos foi de cerca de 50 mil para quase 5 milhões na graduação - concentrados nos maiores grupos de ensino superior privados. Se tudo continuar como está, em breve teremos mais gente fazendo faculdade online que presencial.
Lá fora, são comuns os cursos de pós graduação em EAD, mestrados, MBAs, voltados para um público mais velho, que está no mercado de trabalho e obviamente precisa de flexibilidade. Mesmo assim, há universidades americanas que sequer colocam nos diplomas que o curso foi feito online - e fazem propaganda disso - porque entendem que a menção poderia desvalorizar o profissional.
É uma pecha difícil de ser mudada, mesmo em tempos de revolução tecnológica. Ainda mais com os resultados que temos por aqui.
As normativas que valem hoje no Brasil são de 2017 e 2018, quando o Ministério da Educação (MEC), durante o governo de Michel Temer (MDB), liberou a abertura de polos para EAD sem necessidade de fiscalização prévia.
Houve faculdade privada que criou centenas de polos em um ano, principalmente nas cidades pequenas, no interior do País, onde o ensino superior não chegava. O polo é o local onde devem ser feitas as atividades presenciais, já que graduação 100% online é proibida no País.
Mas, na prática, eles serviram para garantir a proliferação dos cursos EAD e são usados apenas para provas ou rápidas interações, sem necessariamente haver fiscalização da qualidade do que é oferecido presencialmente ou online.
Em 90% do tempo, o aluno está sozinho, muitas vezes estudando por vídeos pré-gravados e Power Point. No Enade, a avaliação de alunos do ensino superior, cursos de faculdades privadas a distância e seus formandos se saem pior do que os presenciais em quase todas as áreas.
O Brasil aprovou o seu primeiro mestrado stricto sensu a distância no fim do ano passado, com critérios bem mais rigorosos do que se viu na graduação. Só universidades muito bem avaliadas puderam sequer submeter à Capes seus projetos e um curso apenas foi autorizado, sobre Energia, no centro federal de educação tecnológica do Rio (Cefet-RJ).
Entre as exigências, estão que 40% das atividades precisam ser presenciais, de orientação, pesquisa e aulas. E que só 18% do curso pode ser dado de forma assíncrona, ou seja, sem a presença ao vivo do professor.
Em um país como o Brasil, não se pode negar o potencial de inclusão da EAD para estudantes de baixa renda, pretos e pardos, e já trabalhadores, no ensino superior.
Mas o processo na Capes e outros tantos pelo mundo poderiam servir como inspiração para os novos instrumentos que estão sendo pensados no CNE ou no MEC para a educação a distância no País. Não adiantam só proibições, é preciso avaliar e supervisionar os cursos em EAD com rigor.
O que não dá é esperar que alunos, já com uma história de vulnerabilidade, sejam autodidatas incríveis e se formem para atuar em qualquer profissão sem ensino de qualidade e uma quantidade razoável de interação com outros profissionais.

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Papa Francisco participará de sessão do G7 sobre inteligência artificial | Inteligência Artificial

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A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, anunciou a participação do papa Francisco em uma sessão dedicada à Inteligência Artificial (IA) na cúpula do G7, que acontecerá entre 13 e 15 de junho na Puglia.
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Comunidades de Prática e Aprendizagem Profissional para gestores escolares: um estudo de caso da Rede de Gestores

Relatório apresenta os resultados do estudo sobre as Comunidades de Prática e Aprendizagem (CoPAPs), estratégia voltada para o desenvolvimento profissional de gestores escolares implementada pelo Instituto Singularidades, em parceria com o Instituto Unibanco. Para isso, o documento traz fundamentação teórico metodológica que orientou a iniciativa, relata o processo de implementação da experiência e os métodos investigativos utilizados. Por fim, apresenta os principais resultados da pesquisa, como as conclusões que indicam que o desenho do percurso de interações deve ser cuidadoso, que o tamanho reduzido das comunidades é fundamental, assim como a qualidade da mediação, e que é preciso tempo para o amadurecimento das comunidades.
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A ascensão do marido remoto

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em costa mesa , uma cidade no rico e praiano Condado de Orange, na Califórnia, ela está se esforçando para se tornar sócia do escritório local de um grande escritório de advocacia; ele é executivo de uma startup de tecnologia com sede na Bay Area, a mais de 640 quilômetros de distância. Em Cambridge, Massachusetts, ele escreve códigos em seu apartamento fora do campus, enquanto ela assiste às aulas na Faculdade de Direito de Harvard. Ela é obstetra, ele trabalha remotamente para uma empresa de tecnologia; ela é acadêmica em uma universidade da Ivy League, ele trabalha para uma empresa de criptografia. Em todo o país, entre os ricos e instruídos, parece estar a emergir uma nova tendência. Quando as esposas saem pela manhã para os escritórios, salas de aula ou hospitais, estão se despedindo dos maridos, que permanecem em casa.
Este dificilmente é um renascimento da década de 1950 com troca de gênero. Afinal, os homens ainda trabalham, não predominantemente cozinhando, limpando e cuidando das crianças. Mas reflete um efeito subestimado da ascensão do trabalho remoto: a ascensão do marido remoto.
Homens e mulheres ainda se especializam em diferentes tipos de trabalho. Empregos em setores como ciência da computação e engenharia são desproporcionalmente desempenhados por homens. Os empregos de ensino e enfermagem são dominados por mulheres. Profissões como direito e medicina podem ainda empregar mais homens do que mulheres, mas a balança está a inclinar-se: mais mulheres do que homens estão matriculadas em faculdades de direito e de medicina. Como tal, entre os casais jovens, é provavelmente mais provável que ela seja advogada ou médica do que ele.
Diferentes profissões também tiveram que adotar abordagens diferentes para o trabalho remoto. Uma minoria de profissionais médicos pode conseguir trabalhar remotamente, assumindo empregos de telessaúde, mas a grande maioria tem de tratar os seus pacientes pessoalmente. Os advogados podem estar vinculados a um estado ou área específica por sua licença e especialidade. Enquanto isso, os setores que relataram o mais alto nível de flexibilidade de trabalho remoto são codificação e tecnologia, arquitetura, engenharia e empregos empresariais. Cerca de metade das pessoas que trabalham em computadores ou matemática trabalham remotamente em tempo integral.
O resultado é que, no conjunto, é mais fácil para os homens trabalharem onde quiserem. Uma pesquisa realizada pela consultoria McKinsey descobriu que 38% dos homens que trabalham tinham a opção de trabalhar remotamente em tempo integral, em comparação com 30% das mulheres. Aproximadamente metade das mulheres relata não conseguir trabalhar remotamente, em comparação com 39% dos homens.
Isto pode soar como mais uma forma pela qual as mulheres acabaram ficando com a ponta mais curta. Mas essa visão é míope. Os casais se comprometem de todas as maneiras para que suas vidas funcionem juntas. Se lhe for oferecida uma grande promoção, condicionada à mudança para Chicago, ela poderá ter de recusar se o trabalho dele estiver vinculado a Nova York. A libertação geográfica de qualquer um dos parceiros torna possível ao outro ascender na escala corporativa. O casal de Costa Mesa escolheu aquela área porque era conveniente para o trabalho dela – e para ter acesso aos avós dos filhos, que agora recebem regularmente os pequenos.
Claudia Goldin, ganhadora do Nobel, escreveu sobre como o trabalho remoto pode ser uma bênção para as mulheres. Nos últimos 200 anos, a participação das mulheres na força de trabalho foi mais elevada quando foi possível realizar trabalho remunerado a partir de casa. Ela também descobriu que as disparidades salariais entre homens e mulheres são mais acentuadas em áreas onde o trabalho flexível é a norma. Mas não é apenas a flexibilidade no trabalho que as mulheres realizam que pode ser vantajosa para elas.

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Mestrado em gestão de recursos hídricos abre 507 vagas —

Mestrado em gestão de recursos hídricos abre 507 vagas — | Inovação Educacional | Scoop.it
O Programa de Mestrado Profissional em Rede Nacional em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos (ProfÁgua) abriu processo seletivo até 20 de maio para preencher 507 vagas, das quais 158 são reservadas para ações afirmativas. As oportunidades são distribuídas nas 23 universidades participantes em todo o Brasil.
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Faculdade de sócios do BTG quer virar MIT brasileira

Faculdade de sócios do BTG quer virar MIT brasileira | Inovação Educacional | Scoop.it

Além da fortuna, os banqueiros Roberto Sallouti e André Esteves querem deixar um legado, como fizeram os fundadores de universidades renomadas como Harvard e Stanford.
CEO e fundador do banco, respectivamente, ambos deram o pontapé inicial nesse projeto em 2019, quando fundaram o Inteli (Instituto de Tecnologia e Liderança), que usa problemas reais das empresas para ensinar seus alunos.
Metade dos estudantes ganhou bolsa e, para cobrir o déficit no caixa, a decisão foi lançar cursos sob medida para executivos neste ano.
Como se aprende na faculdade de vocês?
No modelo tradicional, o aluno decora para a prova, mas não sabe para que aquilo que estudou serve. Aqui, a turma estuda vetores, por exemplo, e, no fim da tarde, já está aplicando em um projeto real de uma empresa parceira.
Não tem disciplina, então?
Os projetos substituem a disciplina. Um exemplo: um protótipo de internet das coisas. Essa é a disciplina. Nosso escritório de projetos vai ao mercado e anuncia [as áreas de atuação]. No caso, a Gerdau apareceu e disse, ‘olha, eu tenho aqui os tubos das minhas usinas. Eles podem ter gases tóxicos e quero que alguém vá lá checar antes do operador entrar’. Os alunos, então, desenvolveram um robô, que diz se a pessoa pode entrar. E, dentro disso, o aluno teve aula de Cálculo, Física, Estatística, entre outras.
Quantos projetos foram concluídos?
Ao todo, foram 307 para 57 parceiros, como Rappi, BTG, Gerdau, IPT, AACB, CVM, Detran, Yamaha, Pirelli. A distância entre a academia e o mundo real foi virando um abismo ao longo do tempo. Criamos uma fórmula que a aproxima do mundo do trabalho.
Como evitam que esse aluno, super preparado, encontre emprego e desista do curso?
Os dois primeiros anos funcionam em período integral, de 9h a 17h. Assim, o aluno não tem tempo de sair. No terceiro, ele faz estágio e o quarto é uma aceleração de carreira.
Existe estímulo do MEC para esse modelo de ensino?
O MEC vira coitado, meio culpado de tudo, porque as pessoas não conseguem inovar. Falam assim: ‘ah, não inova, porque o MEC não deixa’. Isso não é verdade. Ele é muito rígido no que se ensina, ou seja, nas diretrizes curriculares, que cumprimos muito além do necessário. Agora, metodologicamente, as indicações são muito mais na direção do que a gente faz do que uma faculdade tradicional.
Por que, então, as tradicionais não inovam?
É caro. O modelo é muito mais oneroso, porque precisa de um número maior de professores. Segundo motivo: é difícil de fazer. Dá trabalho toda essa intersecção de conteúdos, materializado nos projetos. Terceiro ponto é que todo o sistema é pensado para ser por disciplina. Tivemos que desenvolver nosso próprio software.
Qual é a meta?
Ser a melhor faculdade de tecnologia da América Latina e uma das melhores do mundo. Para chegar lá, você pode ter um prédio super bonito, um sistema proprietário, professores excepcionais. Mas nada adianta se não tiver os melhores alunos.
Como é a seleção?
Não é um vestibular. É um processo em três fases. A primeira é uma prova de lógica e matemática. Isso porque, se você faz uma prova que exige tudo, quem tem mais dinheiro [para se preparar no vestibular] passa.
A segunda é conhecer o candidato como pessoa por uma série de redações, em que ele fala de todas as suas atividades. Ele fez esporte, participou de Olimpíada, fez trabalho voluntário? Nesse aspecto, a gente mede não o ponto de chegada, mas a distância percorrida: se é um filho que teve todas as oportunidades e está praticamente no ponto em que começou; ou se começou numa situação familiar desafiadora e teve resiliência, disciplina e motivação de se desenvolver.
Por último, queremos conhecer o candidato como parte de um time. Aí há uma dinâmica de grupo, que você avalia pensamento crítico, comunicação e colaboração, porque a instituição vai ter ensino baseado em projetos.
Quanto custa a mensalidade?
R$ 6.900.
Oferecem bolsas?
Sim e não é só para a mensalidade. Se necessário, inclui transporte, alimentação, moradia, computador e inglês para aqueles que comprovarem não ter condições.
Como é o perfil dos alunos?
Tem alunos das principais escolas privadas do Brasil. Metade dos bolsistas saíram daí ou estavam na rede pública. [Isso mostra que] O talento não é mal distribuído. A oportunidade é mal distribuída.
Como a faculdade é mantida?
Metade da receita vem de alunos que pagam. A outra metade, do programa de bolsas, financiadas por cerca de 50 doadores, fundações e empresas como BTG, Gerdau, MRV, Unipar. É o mesmo modelo implantado pelos fundadores de Harvard, Stanford, entre outras.
Sua meta é virar uma escola tradicional como essas?
Sim. Virar um MIT Brasil, uma referência de tecnologia, negócio e liderança.
Mas o negócio se mantém?
Ainda temos um déficit. Por isso, a gente lançou agora cursos executivos na demanda de mercado, que dá para ter margem positiva.
Qual o papel do BTG?
Os sócios, liderados pela família do André Esteves, doaram inicialmente R$ 200 milhões para cobrir o déficit operacional. O BTG doou 200 bolsas. Eu doei 40 e vários outros também participaram. O BTG dá apoio institucional. Se o Inteli precisa de qualquer coisa na área jurídica, na área de marketing ou compras, usa a estrutura do banco sem pagar nada.

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Inteligência artificial para formular material das escolas públicas de SP: modernização ou risco de erros? Veja análise de especialistas | Educação

Inteligência artificial para formular material das escolas públicas de SP: modernização ou risco de erros? Veja análise de especialistas | Educação | Inovação Educacional | Scoop.it
A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo prevê usar uma plataforma de inteligência artificial (IA) para formular e atualizar os slides mostrados pelos docentes nas aulas do ensino fundamental II e do ensino médio.

➡️Segundo o órgão, é um “projeto-piloto” que não vai elaborar o conteúdo “do zero”: partirá do que já foi escrito por professores curriculistas (especialistas na formulação de materiais) para “inserir novas atividades, exemplos de aplicação prática do conhecimento e informações adicionais que enriqueçam as explicações de conceitos-chave de cada aula”.

❓Até a mais recente atualização desta reportagem, a Secretaria de Educação de São Paulo não havia confirmado qual será o tipo de ferramenta empregada – não sabemos, portanto, se o governo adotará uma plataforma formulada especificamente para o uso educativo ou se escolherá algo mais generalista, semelhante à versão 3.5 do ChatGPT. Nesta sexta-feira (19), o Ministério Público cobrou explicações do governo paulista e um maior detalhamento do projeto.

O g1 conversou com docentes da educação básica e do ensino superior, pesquisadores, autores de materiais didáticos e especialistas em tecnologia para debater:

quais os riscos de os materiais apresentarem erros ou limitarem a dinâmica das aulas;
de que forma os professores serão impactados pela mudança (terão mais trabalho ou economizarão tempo?);
que vantagens e desvantagens existem na adoção de IA na preparação dos slides;
quais cuidados são essenciais para que não haja prejuízo aos alunos.
Não é a primeira vez que o governo de São Paulo apresenta um projeto de uso da tecnologia na educação e gera discussão entre docentes e pesquisadores. Há oito meses, o governador Tarcísio de Freitas havia tentado abrir mão dos livros impressos e substituí-los somente por materiais didáticos digitais nas salas de aula – o plano foi cancelado após sofrer críticas de especialistas.

Antes de entender, mais abaixo, as possíveis consequências do uso de IA na formulação dos slides, veja o que já se sabe sobre o projeto do governo paulista:

A ferramenta adotada deve formular a primeira versão da “modernização da aula”, com cerca de 18 slides. Tomará como base os temas pré-definidos pela secretaria estadual e as referências passadas pelo órgão.
Um profissional contratado analisará esse conteúdo e fará as adaptações pedagógicas e correções necessárias.
Um time interno da secretaria fará uma revisão do material e poderá, se necessário, enviá-lo de volta para o profissional da etapa anterior.
Os recursos didáticos (como mapas e imagens) serão colocados nas apresentações.
As aulas serão validadas.
Cada profissional “revisor” terá dois dias úteis para entregar três aulas.
🔴Inovação ou atitude precipitada?
Beatriz Alqueres, gerente-executiva no Instituto Ayrton Senna, acredita que usar a ferramenta de inteligência artificial na revisão dos slides será “formalizar algo que já está acontecendo”.

“Todos nós já estamos usando o ChatGPT, por exemplo, para agilizar nossos trabalhos ou fazer pesquisas rápidas. A absorção disso é um ‘foguete’; muito orgânica e fácil. Pode parecer [um ponto de vista] romantizado, mas a IA tem um potencial enorme. Se vamos conseguir explorar adequadamente isso, aí já é incerto.”
Esta perspectiva de defender a “modernização” também é defendida por Lucas Rodrigues, mestre em data science pela Universidade de Paris e CEO do Clipping, startup de educação especializada em inteligência artificial.

“O governo, ao adotar essa medida, traz uma inovação e começa já a se preparar para o futuro que está vindo. E é uma linguagem que os próprios alunos também vão adotar”, diz.

Já Paulo Blikstein, professor de tecnologias da aprendizagem na Universidade Columbia (EUA), afirma que não seria o momento de implementar em sala de aula uma tecnologia considerada por ele tão incipiente.

“Não temos experimentos suficientes para saber da taxa de acerto dessas ferramentas. É muito temeroso e problemático usá-las na rede pública. É como ter uma técnica nova de cirurgia, que ainda não foi testada, e aplicá-la no SUS [Sistema Único de Saúde]”, diz.
“O governo está agindo de forma apressada, trazendo para alunos algo que precisaria ter sido testado amplamente na academia. Só está indo na onda de inovação tecnológica, colocando em risco a educação das crianças e jovens.”

Ele sugere que, antes de haver esse projeto em São Paulo, o governo participasse de um consórcio com pesquisadores de universidades estrangeiras, por exemplo, para elaborar testes mais precisos.

🔴Maior eficiência ou sobrecarga de trabalho dos professores?
Rodrigues, da área de data science, vê o uso das ferramentas digitais como uma forma de poupar tempo dos 90 professores curriculistas da rede paulista.

“Há um ganho de produtividade, porque, como vemos na proposta, [o conteúdo gerado pela IA] ainda vai passar por uma revisão humana. Uma pessoa que antes gastaria uma semana para escrever [ou atualizar] um conteúdo deve poder conseguir revisar em apenas um dia”, diz. “Isso vai universalizar mais o acesso à educação e dar uma escala maior ao aprendizado.”
Para Bernardo Soares, pesquisador em formação docente, educação e tecnologia, e autor de livros didáticos, o efeito pode ser exatamente o oposto: sobrecarregará tanto os professores que revisarão os materiais quanto aqueles que aplicarão os slides no dia a dia.

“Já é difícil revisar uma aula feita por outro professor; imagina só a feita por um computador. É o docente que sabe alinhar o conteúdo às necessidades do currículo paulista e da base curricular. Ele vai ter bem mais trabalho [para corrigir tudo]”, diz.
Blikstein, da Universidade Columbia, concorda que haverá uma sobrecarga dos docentes.

“Um material didático necessita de precisão de 100%. A gente sabe que tipos de erro os humanos costumam cometer, mas e os que a inteligência artificial cometem? São falhas mais difíceis de detectar. É obrigatório revisar os dados, as sequências, os detalhes, as informações. No mundo, já estão percebendo que, em muitos casos, essa revisão demora mais do que elaborar o material ‘manualmente’”, afirma o professor.

➡️A dinâmica de aprimoramento das ferramentas de inteligência artificial depende dos próprios usuários. Quanto mais a plataforma for usada, mais ela “aprende”.

Veja um exemplo abaixo:

O g1 pediu para o ChatGPT formular slides para alunos do 5º ano sobre funções trigonométricas. Em menos de um minuto, havia um esquema com o que deveria ser abordado em cada tela.

No entanto, em vez de chamar um dos elementos do triângulo de “cateto”, o sistema usou o termo “lado”:


Resposta do ChatGPT usa o termo "lado", em vez de "cateto" (que seria o mais correto). — Foto: Reprodução

Depois de corrigido, o “robozinho” admitiu que não havia escolhido a melhor palavra da primeira vez:


ChatGPT é "corrigido" pelo g1. — Foto: Reprodução

A partir de exemplos como esse, Daniel Cara, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), afirma que os professores curriculistas acabarão trabalhando “gratuitamente” para as empresas de tecnologia donas dessas ferramentas.

“Treinar uma ferramenta é um trabalho a mais para o docente. Ele já tem conhecimento da BNCC [Base Nacional Comum Curricular] e do currículo, tem experiência em sala de aula. Não vejo como isso possa acrescentar algo positivo.”
🔴Dar mais autonomia para o professor ou ‘engessar’ as aulas?
A Secretaria de Educação de São Paulo já fornece atualmente os slides que os professores devem usar nas aulas. É um material que passa atualmente por revisão de humanos e que, mesmo sem a intervenção da inteligência artificial, já é criticado por parte dos professores da rede.

“Em geografia, que é a minha disciplina, eu recebo os slides prontos, sem uma sequência didática lógica. Às vezes, são 20 ou 30 que eu preciso passar em 45 minutos de aula. Se não der tempo, não posso voltar a eles na aula seguinte, porque a coordenação e a direção fazem esse controle [do cronograma]”, conta uma docente que preferiu não se identificar.
“A direção chega a praticar assédio moral se o professor não usar todo o material.”

O g1 questionou a Secretaria de Educação de SP sobre essa denúncia, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Beatriz Alqueres, do Instituto Ayrton Senna, diz que o uso das ferramentas digitais precisa ser associado a uma reflexão sobre as práticas escolares.

“Até o uso do livro didático, que já está impresso, pode ‘engessar’ a aula. O ‘pulo do gato’ é pensar na relação dos professores com o material adotado. Como podemos associar tudo para fortalecer a aprendizagem dos alunos?”, questiona.
🔴Ter novas ideias ou correr o risco de errar mais?
Alqueires diz que, com a plataforma digital, “os professores vão poder ter apoio para pensar em formas de interdisciplinaridade”.

“A ferramenta ajuda a integrar mais os conteúdos de diferentes áreas, sem exigir que o professor domine todos os assuntos. O docente de matemática pode ter sugestões de como associar sua disciplina aos assuntos de física e história”, afirma. “É mais rápido usar a ferramenta de IA do que fazer o professor se apropriar de todos esses conhecimentos.”

O pesquisador Soares preocupa-se com a limitação das plataformas digitais em produzir conteúdos – não só no sentido de poder apresentar erros conceituais ou ultrapassados, mas também de restringir a perspectiva do aluno sobre determinado fato histórico.

“Li outro dia, nas redes sociais, que usar a IA vai ser o fim da doutrinação política nas escolas. Mas a questão é que, dependendo do modo como a pessoa vai dar o comando para a plataforma, o resultado pode ser ainda mais enviesado. O ChatGPT, por exemplo, vai usar os termos do comando digitado para pesquisar a resposta na rede. Ou seja, vai chegar a resultados que confirmem uma visão específica de algo.”
Rodrigues também enfatiza que há esse risco. “Se for usada uma palavra preconceituosa, os resultados podem refletir a mesma ideia. Claro que se diminui o risco com a revisão humana, mas talvez não completamente, porque a informação é replicada [pelo ‘robô’] de forma cada vez mais sutil.”

Como o governo não divulgou a ferramenta que usará no projeto, não é possível ainda mensurar os riscos de gerar erros nos materiais.

“Espero que não seja algo tão limitado. Já tentei usar o ChatGPT, por exemplo, para dar aula de redação. Pedi sugestões de livros sobre um tema, mas vários que ele me passou sequer existiam”, conta o professor Soares.

Quais medidas são essenciais para minimizar riscos no uso de IA?

ChatGPT não tem a informação atualizada sobre a presidência do Brasil (busca feita em 19 de abril de 2024). — Foto: Reprodução

A seguir, veja um resumo dos cuidados necessários no uso da IA na formulação do material didático, segundo os especialistas entrevistados pelo g1.

Atenção às informações desatualizadas. O ChatGPT 3.5 (versão gratuita), por exemplo, usa uma base de dados ultrapassada e não consegue dizer quem é o presidente atual do Brasil.
A checagem de tudo é absolutamente essencial. As ferramentas geram textos que, por serem escritos corretamente, passam a ilusão de sempre estarem corretos. Se o professor não prestar atenção, pode haver erros graves.
Os direitos autorais devem ser respeitados. É comum que essas plataformas não citem a fonte original da informação.
O profissional que fará a pergunta ou dará o comando para a ferramenta precisará de um treinamento específico. A orientação não deverá ser só pedagógica, mas também técnica. Que termos usar para gerar os resultados esperados?
A inteligência artificial não conhece o aluno. Ela produzirá apenas conteúdos objetivos. Cabe à rede direcionar quais são as demandas específicas de cada turma ou escola.
Deve haver investimento em tecnologia. Relatos colhidos pelo g1 apontam que, em algumas escolas estaduais, equipamentos como TV e projetor estão quebrados. O professor acaba improvisando uma aula na lousa normal.
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Acabou a desculpa! SENAI tem mais de 8,3 mil vagas em vários cursos pelo Brasil - Agência de Notícias da Indústria

Já estamos quase na metade do ano e você ainda não procurou um curso do SENAI pra fazer? Agora não tem mais desculpa! São mais de 8,3 mil vagas abertas para os mais variados cursos e muitos deles são totalmente gratuitos.

Se a rotina está corrida e você não encontra tempo para fazer um curso, confira as vagas para EaD e estude no seu ritmo! Essa pode ser a oportunidade para você entrar no mercado de trabalho ou alavancar a sua carreira. Confira as informações e aproveite!
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Uso de ChatGPT no ensino exige cuidado, alerta especialista

Uso de ChatGPT no ensino exige cuidado, alerta especialista | Inovação Educacional | Scoop.it

Altenfelder chamou a atenção ainda para os cuidados que devem ser tomados no processo de implantação da inteligência artificial no ensino. Segundo ela, o correto seria passar a utilizar a tecnologia, como o ChatGPT, gradativamente.
“Quando houve esse movimento dos slides, foi na rede inteira de ensino e foi de uma vez só, sem um período de teste, sem um período de experimentação. Nós sabemos que toda estratégia, toda política pública precisa de um tempo para ser aplicada, observada, e os rumos serem corrigidos”.

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Redes estaduais de ensino já têm mais professores temporários do que concursados

Redes estaduais de ensino já têm mais professores temporários do que concursados | Inovação Educacional | Scoop.it

A queda no número total de professores não significa necessariamente que haja piora na qualidade de ensino. “O que a gente sabe é que o número de alunos está caindo, por dois fatores. Um deles é a transição demográfica pela qual o País passa. Há cada vez menos jovens em idade escolar. O outro diz respeito à própria trajetória de estudantes dentro do sistema educacional, que vem melhorando. Há cada vez menos reprovações”, explica Ivan Gontijo, gerente de Políticas Educacionais do Todos pela Educação.
Ele, contudo, faz uma ressalva. “O número de professores não necessariamente tem de cair na mesma proporção. Houve queda acentuada até 2020, porque naquele período não houve grandes mudanças. Depois, o novo ensino médio aumentou a carga horária mínima de 4 para 5 horas de aula, e por isso precisou de mais professores”, diz.
“Um segundo elemento é que, de forma acertada, está se investindo bastante no ensino médio integral, o que também demanda mais docentes”, considera.
A maior parte desse crescimento nos últimos anos se deu justamente com a contratação de temporários. Segundo o estudo, em três anos houve aumento de 41% de professores contratados, enquanto o acréscimo de concursados ficou em 17%.
Gontijo diz que não é contra a contratação de temporários, mas faz um alerta: “Achamos super importante, mas isso deveria ser algo emergencial, para suprir algumas demandas. O que vemos é que, em muitos Estados, a contratação de temporários virou regra, não exceção”.
A pesquisa do Todos Pela Educação aponta que 15 Estados têm mais professores contratados do que efetivos em suas redes de ensino, mas há diferenças grandes de proporção. Minas Gerais (81%) e Tocantins (80%) têm os maiores índices.
São Paulo, por sua vez, contava com 57% do seu quadro de docentes formado por não concursados.
Quando são consideradas todas as unidades da federação, o Rio desponta como o Estado com o maior número de professores concursados na rede estadual: 96%. Rio Grande do Norte e Pará, com 94%, vêm na sequência.
Para o gerente de Políticas Educacionais do Todos pela Educação, a opção por temporários se deve a uma série de fatores. “Tem a questão fiscal, já que os Estados estão no limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal. Eles não conseguem aumentar a folha de pagamento e optam pelos temporários. Além disso, esses temporários entram no regime de previdência geral, não no regime de previdência do Estado”, aponta Gontijo.
“Outra questão é que os gestores preferem contratar temporários pela flexibilidade. É mais fácil contratar e demitir um temporário do que um concursado. Alguns argumentam também que professores temporários também fazem menos greve em relação aos efetivos”, afirma.
“Além disso, os modelos para se prever quantos professores serão necessários no futuro ainda são muito frágeis, então, em vez de se fazerem concursos para suprir necessidades, opta-se pelas contratações emergenciais”, continua.
Ainda assim, o Todos pela Educação ressalta a necessidade de os Estados investirem nos concursos públicos. Segundo Gontijo, em média há um concurso a cada seis anos. “Isso não quer dizer que se tenha que reduzir de forma rápida e drástica o número de temporários, até porque você acabaria contratando muita gente em concursos de baixa qualidade. É preciso reduzir paulatinamente”, aponta.

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Governo amplia programa Pé-de-Meia para mais 1,2 milhão de estudantes do ensino médio

Governo amplia programa Pé-de-Meia para mais 1,2 milhão de estudantes do ensino médio | Inovação Educacional | Scoop.it
Benefício passa a contemplar alunos de famílias inscritas no Cadastro Único. Mais R$ 3 bilhões serão destinados ao programa em razão da ampliação
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Por Redação
22/04/2024 | 21h07



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta segunda-feira, 22, a ampliação do Programa Pé-de-Meia, que oferece incentivo financeiro para jovens de baixa renda permanecerem matriculados e concluírem o ensino médio. Cerca de 1,2 milhão de estudantes devem ser incluídos para receber os valores, que podem chegar a R$ 9,2 mil nos três anos do ensino médio.

Inicialmente, o Pé-de-Meia priorizou jovens beneficiários do Programa Bolsa Família e já alcançou mais de 2,4 milhões de estudantes. Agora, integrantes de famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) também serão atendidos.
“Quando nós anunciamos o Pé-de-Meia, a linha de corte era o cadastro do Bolsa Família e ficou de fora o cadastro do Cad (CadÚnico). Então, nós, agora, resolvemos aumentar e colocar a linha de corte no CadÚnico e vão entrar, parece, mais 1,2 milhão de meninos e meninas no Pé-de-Meia”, disse Lula, durante cerimônia no Palácio do Planalto.

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Lula falou sobre ampliação do programa em agenda nesta segunda-feira, 22 Foto: Wilton Junior/Estadão
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O orçamento inicial do programa era de R$ 7,1 bilhões anuais. De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mais R$ 3 bilhões serão investidos anualmente para contemplar a ampliação.

A ampliação foi incluída na medida provisória (MP) que cria o Programa Acredita, assinada nesta segunda-feira por Lula e que trata da facilitação de crédito e renegociação de dívidas de pequenos negócios.

A política do Pé-de-Meia prevê o pagamento de incentivos anuais de R$ 3 mil por beneficiário, chegando a até R$ 9,2 mil nos três anos do ensino médio, com o adicional de R$ 200 pela participação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na última série.
Por meio do incentivo à permanência escolar, o governo federal quer reduzir a desigualdade social entre os jovens do ensino médio, além de promover mais inclusão social pela educação, estimulando a mobilidade social.
Nenhum estudante precisa se cadastrar para receber o Pé-de-Meia, basta estar regularmente matriculado no ensino médio das redes públicas, ter entre 14 e 24 anos e ser integrante de famílias inscritas no CadÚnico. O valor será depositado em contas digitais abertas automaticamente pela Caixa Econômica Federal, nos nomes dos próprios estudantes.

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Por meio do aplicativo gratuito Jornada do Estudante, os alunos do ensino médio matriculados na rede pública podem saber se foram contemplados e ter mais informações sobre o programa. Os estudantes com dúvidas sobre o Pé-de-Meia podem acessar uma seção de Perguntas Frequentes sobre o programa no portal do MEC. Outros canais são o Fale Conosco do MEC (telefone 0800 616161) e o portal de atendimento, por meio da opção 7.

Central de reclamações
Durante o evento desta segunda-feira, Lula propôs ainda a criação de um canal de reclamações do governo federal. “A gente deveria criar uma espécie de um 190, de um 180, um telefone para que as pessoas pudessem telefonar e se queixar se as coisas não estão acontecendo. Porque muitas vezes as pessoas não têm a receptividade que elas imaginavam que iriam ter (no acesso a programas)e não têm para quem reclamar”, disse o presidente.

“Então, ao invés de ficar xingando a gente, é importante que a gente tenha pelo menos um ouvidor para que as pessoas possam se queixar. Preciso que tenha um lugar para o povo colocar para fora as suas angústias”, acrescentou.
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Governo de SP vai avaliar leitura dos alunos com IA

Governo de SP vai avaliar leitura dos alunos com IA | Inovação Educacional | Scoop.it
Ferramenta com inteligência artificial que grava fala de estudantes e classifica desempenho será aplicada em turmas do 2º ao 5º ano na rede estadual
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Ainda estamos longe de igualar oportunidades

Ainda estamos longe de igualar oportunidades | Inovação Educacional | Scoop.it
Escolas que atendem majoritariamente estudantes brancos têm infraestrutura muito melhor do que aquelas onde estudam, em sua maioria, negros. A constatação, infelizmente pouco surpreendente, é de um estudo divulgado na semana passada pelo Observatório da Branquitude, a partir de dados do Censo Escolar do MEC. Apenas para citar um dado do levantamento, em 75% dos estabelecimentos onde mais de 60% dos alunos são brancos há laboratório de informática, ante 47% do registrado em colégios com 60% ou mais de negros.

A desigualdade racial no Brasil tem raízes históricas, e há um conjunto de fatores que, somados ao racismo, contribuem para isso. Escolas predominantemente brancas tendem a estar localizadas em regiões mais desenvolvidas e atendem, em maior proporção, famílias de maior nível socioeconômico. Como a escolaridade e renda dos pais é o fator de maior impacto no desempenho em testes, cria-se um círculo vicioso. Como a pobreza no Brasil segue majoritariamente negra, essas crianças herdam uma desvantagem que nada tem a ver com seu esforço ou mérito. Para corrigir isso, precisaríamos compensar essa injusta desigualdade de berço oferecendo melhores condições educacionais aos estudantes que mais precisam. Mas, como essa e outras pesquisas comprovam, não só estamos longe disso, como fazemos o oposto.

Diante dessas desigualdades no ponto de partida e no acesso diferenciado a oportunidades educacionais, não surpreende que os resultados de aprendizagem sejam tão distintos. E o pior é constatar que, em muitos indicadores, não há ainda sinal de que a distância esteja diminuindo. Um estudo dos pesquisadores Julia Walter e Thomas Kang, publicado no ano passado no Observatório da Produtividade Regis Bonelli (FGV-RJ), compara, entre outras variáveis, a média de anos de estudos entre brancos, pretos e pardos desde 1925 no Brasil. Todos os grupos avançam, mas a distância entre brancos e negros fica praticamente inalterada em 90 anos da série histórica analisada.


A new dataset of average years of schooling in Brazil, 1925-2015 — Foto: Walter/Kang
Se a população branca chegou à média de quatro anos de estudos no início dos anos 70, para pretos e pardos, esse limite foi ultrapassado apenas nos anos 90. Brancos alcançaram oito anos de estudo logo no início deste século, enquanto negros superaram essa marca apenas uma década depois. A última Pnad do IBGE, referente a 2023, mostra que a média de escolaridade entre brancos é de 10,8 anos, frente a 9,2 entre pretos e pardos.

Mas há avanços em alguns indicadores. Em estudo publicado no ano passado no International Journal of Educational Development, Lara Simielli (FGV-SP) identificou que em 2001 a chance de um estudante preto ou pardo do 5º ano do fundamental e de baixo nível socioeconômico ter um professor com nível superior completo era de apenas 26% ou 25%, respectivamente, ante 83% do registrado entre brancos de alta renda e escolaridade dos pais. Em 2017, essas proporções chegaram a 89% e 91%, bem próximas dos 95% verificados para brancos de alto nível socioeconômico. Essa distância foi quase zerada nesse quesito, mas, no caso do acesso a professores mais experientes, o estudo mostra que ela segue relevante.

Também podemos citar políticas públicas, como as cotas e o Fundeb, que de alguma maneira contribuíram para diminuir a desigualdade no acesso ao ensino superior ou no financiamento da educação básica. Há, portanto, avanços em algumas áreas, mas são insuficientes. Sem políticas públicas mais contundentes e focalizadas, seguiremos distantes da meta de, ao menos, igualar oportunidades para todos os grupos.
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Para CEOs, criptomoeda pode ser tornar um instrumento de inclusão. Saiba como | Web Summit

Para CEOs, criptomoeda pode ser tornar um instrumento de inclusão. Saiba como | Web Summit | Inovação Educacional | Scoop.it
Nós temos um programa chamado Transfero Academy, que estamos oferecendo com o Senac Rio, mas que queremos expandir bem mais. Hoje temos uma turma de 23 alunos. Pegamos os jovens de comunidade, demos um RioCard para o metrô e o ônibus, e uma bolsa de R$ 400 para fazerem um lanche ou complementar a rende. E daí eles estudam educação financeira, com um pé em cripto, em computadores de última geração, com bons professores, durante seis meses. No final, vários são contratados por nós. E soube que alguns foram recrutados pelo Itaú, o que me deixou bastante feliz.”
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‘Hype’ começa a dar lugar a debate mais maduro sobre inteligência artificial | Web Summit

‘Hype’ começa a dar lugar a debate mais maduro sobre inteligência artificial | Web Summit | Inovação Educacional | Scoop.it
Tema do momento no ecossistema de tecnologia, a inteligência artificial (IA) foi um dos tópicos centrais do Web Summit Rio — e, desta vez, com uma perspectiva mais pé no chão. Se a edição de estreia, no ano passado, ocorreu logo após o boom de sistemas de IA generativa, como o ChatGPT, e trouxe uma visão otimista sobre as novas ferramentas e suas possibilidades, a segunda edição pôde amadurecer o debate.
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A ascensão das microcredenciais: o fim das universidades?

A ascensão das microcredenciais: o fim das universidades? | Inovação Educacional | Scoop.it
As microcredenciais têm estado recentemente no topo das agendas de vários intervenientes no ensino superior em todo o mundo. Um número crescente de universidades oferece-os agora, além dos seus macrograus regulares. Os órgãos formuladores de políticas começaram a atualizar os seus sistemas nacionais de admissão às universidades para reconhecer microcredenciais.

Organizações supranacionais, como a OCDE e a Comissão Europeia , começaram a explorar uma maior utilização de microcredenciais nos sistemas de ensino superior dos países membros.

Os empregadores, por outro lado, começaram a utilizar microcredenciais nos seus procedimentos de contratação. Num estudo recente , 5.000 estudantes universitários, recém-formados e empregadores em 11 países foram entrevistados pela Coursera, um fornecedor líder de microcredenciais, em colaboração com a Repdata e a Dynata, duas empresas de pesquisa de mercado.

Foi revelado que 72% dos empregadores tendem a contratar um candidato que possua uma microcredencial. Da mesma forma, 90% dos estudantes e recém-licenciados concordam que as microcredenciais lhes permitem destacar-se perante potenciais empregadores.

De facto, várias empresas globais já começaram a contratar candidatos que possuem microcredenciais em vez de um diploma universitário. Numa entrevista que concedeu à Auto Bild , Elon Musk observou que “não é necessário sequer ter um diploma universitário” para trabalhar para a Tesla, um fabricante líder de automóveis eléctricos.

Da mesma forma, Joanna Daley, vice-presidente de talentos da IBM, afirmou que “cerca de 15% das contratações de sua empresa nos EUA não possuem diploma de quatro anos” em entrevista à CNBC . Ela acrescenta na mesma entrevista que “em vez de olhar exclusivamente para candidatos que fizeram faculdade, a IBM agora olha para candidatos que tenham experiência prática”, que pode ser reconhecida através de microcredenciais.

O valor crescente atribuído às microcredenciais tanto no ensino superior como no mercado de trabalho obriga-nos a explorar a natureza das microcredenciais e os seus potenciais impactos no ecossistema do ensino superior.

O que são microcredenciais?

Como ainda estão em evolução, ainda não existe uma definição de microcredenciais que seja acordada por todos. Para responder a esta necessidade, a UNESCO organizou um painel global de especialistas para chegar a um consenso sobre uma definição, que resultou num relatório intitulado Rumo a uma definição comum de microcredenciais em 2022.

O relatório propôs uma definição de microcredencial como “um registo de resultados de aprendizagem focados que verificam o que o aluno sabe, compreende ou pode fazer”. Também “inclui uma avaliação baseada em padrões claramente definidos”, “é concedido por um fornecedor confiável”, “pode também contribuir ou complementar outras microcredenciais ou macrocredenciais através do reconhecimento de aprendizagem anterior” e “atende aos padrões exigidos por garantia de qualidade relevante”.

Microcredenciais são cursos de curta duração, mas nem todos os cursos de curta duração são microcredenciais. Conseqüentemente, padrões pré-determinados são empregados para avaliar o desempenho dos alunos com microcredenciais e o órgão concedente também deve atender a vários padrões para se qualificar como um fornecedor confiável. Ao contrário de muitos cursos de curta duração, as microcredenciais são empilháveis, o que significa que podem levar a um diploma. Embora muitos cursos de curta duração não tenham garantia de qualidade externa, as microcredenciais passam por um processo de garantia de qualidade.

Por que as microcredenciais estão se tornando populares?

Uma pesquisa recente realizada pela Robert Half International Inc, uma empresa líder internacional de consultoria em recursos humanos fundada em 1948, revelou que uma esmagadora maioria dos executivos (95%) relatou que enfrenta desafios para encontrar funcionários qualificados que atendam às suas necessidades específicas.

As microcredenciais colmatam esta lacuna de competências, melhorando as competências dos funcionários e dos candidatos ao mercado de trabalho. Por exemplo, um profissional de saúde pode obter uma microcredencial de seis semanas intitulada Patient Journey and System Design, oferecida pela Future Learn em colaboração com a Deakin University e vários hospitais para adquirir habilidades de gerenciamento operacional.

Esta microcredencial permite-lhe implementar teorias de planeamento de capacidade, investigar causas de atraso em situações de emergência e obter recursos para aumentar a satisfação do paciente. Em última análise, isso aumenta sua competitividade no mercado de trabalho. Para quem está empregado, resulta numa melhoria de competências alinhada com as expectativas do empregador. Ele ou ela também tem a opção de combinar essa credencial com outras, abrindo assim o caminho para obter uma pós-graduação na Deakin University.

As microcredenciais apresentam diversas vantagens em relação aos macrograus tradicionais. Oferecem um compromisso de tempo mais curto, são mais rentáveis, estão mais estreitamente alinhados com o mercado de trabalho, podem ser adaptados para satisfazer as necessidades específicas do aluno e podem até ser utilizados para obter um diploma académico. Devido a esses benefícios, as microcredenciais tornaram-se cada vez mais populares para indivíduos que buscam requalificar ou aprimorar suas habilidades.

As microcredenciais são uma ameaça para as universidades?

Há uma tendência crescente entre os empregadores de contratar indivíduos com base nas suas competências e credenciais alternativas, o que levou a um interesse crescente na obtenção de microcredenciais por parte de potenciais empregados.

Para conquistar uma fatia deste mercado, vários fornecedores credenciados, como centros de educação de adultos, plataformas de aprendizagem online, empresas de tecnologia, associações profissionais e organizações não governamentais, começaram a oferecer estas credenciais. Como resultado, as universidades já não são as únicas fornecedoras de credenciais geradoras de crédito, o que levanta a questão de saber se as universidades conseguirão competir ou se desistirão desta corrida.

O interesse em microcredenciais está a crescer rapidamente e as universidades estão a prestar atenção, oferecendo-as de forma independente ou em colaboração com outros fornecedores. Algumas universidades divulgaram diretrizes sobre como as microcredenciais serão reconhecidas e integradas nos programas de graduação. Alguns estão até combinando-os para obter um diploma.

Os decisores políticos também estão a explorar a possibilidade de reconhecimento internacional de certificados de microcredenciais a nível supranacional.

A União Europeia lançou as Microcredenciais ligadas ao Projeto de Compromissos Chave de Bolonha (MICROBOL) para investigar como as microcredenciais podem ser integradas no Espaço Europeu de Ensino Superior (UHEA).

A MICROBOL criou o Quadro Comum para Microcredenciais no EEES , que examina a garantia de qualidade, avaliação e descrição de microcredenciais utilizando os princípios da Convenção de Reconhecimento de Lisboa e do Sistema Europeu de Transferência e Acumulação de Créditos.

Estes esforços dos intervenientes no ensino superior sugerem que estão conscientes do recente aumento do interesse em microcredenciais. Actualmente, as universidades são os principais fornecedores de microcredenciais que servem como parte de um curso de ensino superior ou como complemento de um diploma existente para alunos que já concluíram o ensino superior.

No entanto, se as microcredenciais se tornarem mais amplamente aceites e utilizadas nas decisões de contratação baseadas em competências, em comparação com a contratação tradicional baseada em diplomas, poderá haver duas consequências para as universidades.

Em primeiro lugar, a procura de ensino superior poderá diminuir à medida que as competências forem adquiridas de forma mais flexível e num período mais curto através de microcredenciais. Em segundo lugar, os alunos podem recorrer a prestadores não universitários que possam oferecer uma formação mais prática e orientada para o mercado.

Embora não seja possível prever com certeza quais serão os resultados, a eficiência das microcredenciais em dotar os alunos de competências num espaço de tempo mais curto sugere que o seu futuro é promissor.
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Como as empresas podem transmitir conhecimento tácito?

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Mês passado Odysseus se tornou a primeira espaçonave americana a pousar na superfície da Lua em mais de 50 anos. A missão, uma colaboração entre a nasa e uma empresa privada chamada Intuitive Machines, pode ser considerada um sucesso parcial: a nave enviou imagens apesar de a sua aterragem não ter corrido conforme planeado. As coisas poderiam ter corrido ainda melhor se não tivesse passado tanto tempo desde a última vez que a nasa visitou a Lua. A experiência geralmente faz com que as coisas corram mais suavemente.
a nasa possui um arquivo de materiais das missões Apollo. Às vezes, porém, o conhecimento é perdido para sempre. Gino Cattani, da Stern School of Business da nyu , e seus coautores analisaram as dinastias familiares fabricantes de violinos de Antonio Stradivari e outros em Cremona, na Itália, nos séculos XVII e XVIII. Os músicos modernos ainda elogiam o som dos instrumentos feitos por esses artesãos. Mas houve um intervalo de cerca de um século entre o apogeu destas dinastias e o surgimento das apresentações públicas que mostravam as qualidades dos instrumentos. Naquela época, as técnicas dos luthiers cremoneses foram perdidas.
A maioria das organizações não entra em órbita rotineiramente nem espera um século pelo feedback dos clientes. Mas todas as organizações enfrentam o problema de armazenar e transferir conhecimento para que os recém-chegados saibam o que é o quê, as lições são aprendidas com os sucessos e os fracassos e as rodas não são constantemente reinventadas. Uma força de trabalho envelhecida aumenta a urgência de treinar contratações inexperientes antes que os veteranos deixem o prédio.
Alguns conhecimentos são mais fáceis de codificar do que outros. Na década de 1960, a Corning, uma fabricante de vidro, desenvolveu um vidro particularmente resistente que foi batizado de Chemcor. Os planos para comercializar este material falharam – entre outras razões, descobriu-se que este não era um excelente pára-brisas para os motoristas atingirem em alta velocidade – e a Chemcor foi colocada na prateleira.
Lá permaneceu até 2005, quando a empresa começou a se perguntar se os telefones celulares poderiam servir para a Chemcor, que foi renomeada como Gorilla Glass. Em 2007, o chefe da Corning recebeu um telefonema de Steve Jobs, que estava em busca do tipo certo de vidro para um novo smartphone. Você presume que ninguém na Corning questionou desde então o valor de manter bons registros.
A tarefa mais difícil é capturar “conhecimento tácito”. Este é o know-how nascido da experiência, que não pode ser facilmente documentado nos manuais e não é muito pensado por quem o possui.
Trabalhar ao lado de colegas experientes é a melhor forma de transferir conhecimento tácito, mas nem sempre é possível. Às vezes, você só quer que seus melhores funcionários trabalhem em alguma coisa, especialmente se os riscos forem altos. Os funcionários mais valiosos são geralmente aqueles que têm menos tempo para orientar outras pessoas. Quando a nasa estava a trabalhar num programa de rover em Marte na década de 2010, deu aos jovens engenheiros um projecto paralelo mais pequeno: construir um rover para utilização em programas educativos na Terra. Não era real, mas era uma forma de dar-lhes alguma experiência prática.  a nasa também tem um programa emérito que faz com que veteranos aposentados sejam mentores de funcionários juniores.
A tecnologia é ao mesmo tempo uma resposta e uma barreira à transferência de conhecimento tácito. É mais fácil do que nunca registrar e divulgar a sabedoria de mãos mais antigas. Infelizmente, é mais fácil do que nunca registrar e divulgar a sabedoria dos mais velhos: os episódios de podcast proliferam, as horas de vídeos de treinamento não assistidos se acumulam. Assistir alguém em uma tela costuma ser menos estimulante do que ouvi-lo cara a cara. Um estudo recente realizado por Niina Nurmi e Satu Pakarinen, dois investigadores finlandeses, descobriu que os participantes em reuniões virtuais sentem-se mais sonolentos do que aqueles que se reúnem pessoalmente, o que quer dizer alguma coisa.
Christopher Myers, da Universidade Johns Hopkins, é fã da narrativa informal como forma de transmitir conhecimento tácito. Ele passou um tempo com as tripulações de uma equipe de transporte médico aéreo nos Estados Unidos, cujos trabalhos incluem transportar pacientes de helicóptero do local de uma emergência até um hospital. Os membros da tripulação compartilhavam rotineiramente histórias – nas mudanças de turno, nas refeições e nas reuniões semanais – para aprender como responder a situações incomuns. (Dica principal: no caso de uma picada de cobra venenosa, o zoológico local é uma boa aposta para obter antiveneno.)
Algumas histórias são mais emocionantes do que outras: as pessoas não ficam sentadas em volta de fogueiras contando umas às outras como fazer a impressora funcionar. Mas os gestores de todo o mundo deveriam pensar em como capturar o conhecimento tácito. Isso começa por reconhecer a importância de reter trabalhadores. Você não pode compartilhar experiências se ninguém tiver nenhuma.

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